A magistrada fez o comentário ao ser questionada sobre uma suposta “opinião formada” que ela já teria a respeito dos nove réus. O advogado Wasley César, defensor de Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, disse que Marixa Fabiane iria mandá-los a júri popular, já que a magistrada rejeitou a maioria dos requerimentos feitos pela defesa e que, supostamente, baseava-se “apenas nos autos do inquérito policial”.
“Você não me conhece. E não conhece o meu convencimento sobre o caso. Os senhores terão uma surpresa”, disse a magistrada durante sessão realizada hoje para ouvir uma testemunha, o policial civil Marcelo da Mata –o primeiro a receber denúncia sobre o desaparecimento de Eliza.
O advogado de Macarrão disse ainda que a juíza se referiu ao réu Sérgio Rosa Sales, primo de Bruno e conhecido como Camelo, como “um bom ator”. Ela também teria afirmado que o adolescente J., outro primo de Bruno, só mudou seu depoimento para favorecer a defesa dos acusados.
Diante de uma juíza de Contagem, no último dia 8, J. mais uma vez modificou sua versão e disse, entre outras coisas, não conhecer o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, acusado pela polícia de ser o assassino de Eliza.
Por sua vez, Sales aproveitou audiência realizada na cidade de Ribeirão das Neves (MG) para afirmar que foi vítima de tortura e coação, praticadas pelo delegado Edson Moreira, chefe do Departamento de Investigação de Minas Gerais. O delegado nega as acusações.
Os depoimentos de Sales e do adolescente nortearam boa parte das investigações da polícia. J. cumpre medida socioeducativa em Belo Horizonte após ser condenado pelo juiz da Vara da Infância e Juventude de Contagem (MG) por participação no crime e Sales está preso na capital mineira.
Durante seu depoimento na tarde de hoje, o policial Marcelo da Mata disse ter participado de algumas diligências feitas pela polícia e afirmou não ter visto nenhuma prova de materialidade do crime no sítio do goleiro, localizado em Esmeraldas, região metropolitana de Belo Horizonte.
O lugar foi apontado pelas investigações como cativeiro de Eliza, após ela ter sido trazida do Rio de Janeiro para Minas Gerais, no início de junho.