A avó materna do menino Sean esteve no Senado Federal nesta terça-feira em busca de auxílio para poder visitar o neto nos Estados Unidos. Acompanhada de seus advogados, Silvana Bianchi conversou com o presidente da Comissão de Direitos Humanos, senador Cristóvam Buarque (PDT-DF). "Eu vim pedir o direito de falar com o Sean. E ele tem o direito de falar com os avós. Vim pedir que o nosso direito seja respeitado, como cidadãos brasileiros que nós somos, temos esse direito garantido pela Constituição", disse Silvana.
Sean está morando nos Estados Unidos desde dezembro, quando o pai biológico, o americano David Goldman conseguiu a guarda do filho. "(Vim buscar) o direito de visitar meu neto, que foi levado no dia 24 de dezembro e até hoje eu não consegui vê-lo. E, desde o dia 2 de março, eu não consigo dar uma palavra com ele nem por telefone nem por e-mail, nada".
O advogado Carlos Nicodemos disse ter entregado ao senador um dossiê sobre o caso e que também deverá pedir uma audiência com o ministro de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi. "Estamos recorrendo ao governo brasileiro, à Secretaria Nacional de Direitos Humanos providências administrativas no sentido de nos representar junto à Justiça norte-americana para assegurar a visita dos avós", disse. "Nesse momento, a estratégia é assegurar o direito de visita colocando o governo brasileiro como nosso interlocutor".
Ele cobra ainda esclarecimentos sobre o processo que permitiu a saída do garoto do Brasil. "Como Sean saiu do Brasil sem passaporte? Essa questão precisa ser esclarecida. Os dois passaportes estão presos no Brasil, na Polícia Federal".
Segundo o advogado, a visita ao Senado teve o objetivo de tentar garantir que o assunto não sofra interferências políticas. "Houve interferência política americana através de deputados e de um senador no sentido de acelerar o procedimento".
Entenda o caso
David Goldman, o pai biológico de Sean, lutou para ter a guarda do filho desde a morte de sua ex-companheira, a brasileira Bruna Bianchi Carneiro. A briga pela guarda começou em 2004, quando Bruna deixou Goldman para uma suposta viagem de férias de duas semanas com o filho ao Brasil. Eles viviam na cidade de Titon Falls, Estado de New Jersey (EUA). Ao desembarcar no País, contudo, Bruna telefonou ao marido avisando que o casamento estava acabado e que não voltaria aos Estados Unidos.
A partir disso, foi travada uma batalha judicial pela guarda do garoto, na época com 4 anos. No Brasil, a Justiça reconheceu o divórcio pedido por Bruna sem a concordância de Goldman. Diante das leis americanas, eles permaneciam casados. Livre do compromisso com Goldman, Bruna se casou novamente com o advogado João Paulo Lins e Silva, mas no parto do segundo filho ela morreu, em 2008.
Diante da ausência da mulher, David Goldman veio ao Brasil na tentativa de levar o filho de volta aos Estados Unidos. Desde então, ele brigou pela guarda do garoto nos tribunais brasileiros, contra o padrasto de Sean e seus avós maternos.
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