Uma comissão de autoridades do município de Alta Floresta esteve nesta terça-feira (24), em Porto Velho, para entregar um documento ao secretário de Estado da Educação de Rondônia, professor Suamy Vivecananda Lacerda de Abreu, em que reivindica a implantação de uma escola cívico-militar em Alta Floresta, onde atualmente funciona a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Padre Ezequiel Ramin.O secretário encaminhou a reivindicação para análise técnica.
O documento entregue ao secretário Suamy é o resultado de uma audiência pública realizada no último sábado (21) e que contou com a participação de representantes da sociedade civil organizada e da população de Alta Floresta.
A audiência pública foi objeto de uma convocação do vereador Alex da P42 (DEM-Alta Floresta) e houve a participação do deputado estadual Jean Oliveira (DEM-Alta Floresta), que declarou total apoio a implantação da escola cívico-militar e assinou o abaixo-assinado – que foi entregue na tarde desta terça-feira ao secretário Suamy, contendo 3.200 assinaturas.
A comissão está otimista quanto a implantação da escola cívico-militar em Alta Floresta, visto que as mais distintas representatividades do município reivindicam a implantação da escola.
O empresário Juliano de Albuquerque Silva, vice-presidente da Associação Comercial e Industrial e Alta Floresta, confirmou que a entidade – que representa milhares de associados, está somando esforços para a implantação da escola cívico-militar.
O chefe de gabinete da Vice-Governadoria, advogado Rubens Araújo, o empresário Juliano de Albuquerque Silva e o assessor parlamentar Fábio Reis estiveram acompanhando o vereador quando da entrega do documento ao secretário Suamy, que encaminhará ao setor competente da Seduc para análise e parecer técnico, visto que há uma série de componentes para que a escola possa ser elevada a categoria cívico-militar.
O documento foi entregue ao secretário Suamy na reunião da tarde desta terça-feira na Seduc
“Há uma orientação do governador Marcos Rocha para que possamos acelerar os trabalhos de criação de escola cívico-militar em Rondônia, visto que no último dia 5, o governo federal lançou o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares. Está prevista a implementação de 216 colégios até 2023 – 54 por ano, a começar por 2020. É o dobro do anunciado pelo Ministério da Educação (MEC) no Compromisso Nacional pela Educação Básica, em julho. Agora é o momento de estados e municípios aderirem à iniciativa”, esclareceu o secretário.
A escola cívico-militar é um modelo desenvolvido para promover a melhoria na qualidade da educação básica do país. Para isso, será construído um ambiente de parcerias e de maior vínculo entre gestores, professores, militares, estudantes e até mesmo pais e responsáveis.
A disciplina em escolas com tutela de militares é fundamental para o desenvolvimento do país. e o modelo de excelência vai abranger as áreas:
- didático-pedagógica: com atividades de supervisão escolar e psicopedagogia para melhorar o processo de ensino-aprendizagem preservando as atribuições exclusivas dos docentes;
- educacional: pretende fortalecer os valores humanos, éticos e morais bem como incentivar a formação integral como cidadão e promover a sensação de pertencimento no ambiente escolar;
- administrativa: para aprimorar a infraestrutura e a organização da escola para aprimorar a utilização de recursos disponíveis na unidade escolar.
Apenas nesses dois últimos pontos haverá a participação dos militares.
O modelo será levado, preferencialmente, para regiões que apresentam situações de vulnerabilidade social e baixos Índices de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), indicador que mede a qualidade das escolas públicas. Entre as premissas dos programas estão a contribuição para a melhoria do ambiente dos profissionais de educação e para a redução dos índices de violência, da evasão, da repetência e do abandono escolar.
Existem 203 escolas cívicos-militares, em 23 unidades da Federação, com maior Ideb [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica] do que as civis, apresentando taxa de evasão 71% menor e de reprovação 37,4% inferior.
Os 26 estados e o Distrito Federal têm até o dia 27 de setembro para indicar duas escolas que poderão receber o projeto em formato piloto já no primeiro semestre letivo de 2020. Os colégios devem ter de 500 a 1.000 alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental e/ou do ensino médio. Antes disso, a comunidade escolar deverá aceitar a mudança. Uma das condições fixadas pelo MEC é que estados e municípios apliquem uma consulta pública para esse fim, afinal a adesão ao programa é voluntária.
Em parceria com o MEC, o Ministério da Defesa vai destacar militares da reserva das Forças Armadas para trabalhar nas escolas levando mais disciplina e organização. A ideia é que eles sejam contratados por meio de processo seletivo. A duração mínima do serviço é de dois anos, prorrogável por até dez, podendo ser cancelado a qualquer tempo. Os profissionais vão receber 30% da remuneração que recebiam antes de se aposentar.
Os estados poderão ainda destinar policiais e bombeiros militares para apoiar a administração das escolas. Nesse caso, o MEC repassará a verba ao governo, que, em contrapartida, investirá na infraestrutura das unidades, com materiais escolares e pequenas reformas. Serão investidos R$ 54 milhões por ano, ou seja, R$ 1 milhão por escola. Desse montante sairá o pagamento dos militares da Defesa e a verba para os governos estaduais e DF que aderirem ao programa.
Para que militares e comunidade escolar possam se adaptar ao novo modelo, haverá treinamentos. Um plano de trabalho está em construção para ser colocado em prática antes do ano letivo de 2020.
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Checon em todos os estados e no Distrito Federal revelou que 85% dos entrevistados gostariam de matricular seus filhos em escolas cívico-militares. O levantamento aponta ainda que a média da avaliação geral das escolas cívico-militares é de 8,3, numa escala de zero a 10.
Foram analisados aspectos como segurança (nota 8,1), ensino (nota 7,8), disciplina dos alunos (nota 8,1), respeito ao professor (nota 8,3), preparo dos alunos para a vida (nota 8,1) e atenção e valores humanos e cívicos (nota 8,0).
Foram entrevistadas 2.062 pessoas entre os dias 8 e 15 de agosto de 2019. A margem de erro é de 2,3 pontos percentuais para mais ou para menos.