TEERÃ — Enquanto muitos sobreviventes procuram por abrigo, foram encerradas as operações de resgate nas áreas atingidas pelo forte terromoto no Irã, que deixou ao menos 530 mortos e 8 mil feridos, disse a televisão estatal nesta terça-feira. A região que faz fronteira com o Iraque foi atingida por um tremor de magnitude 7,3, que devastou cidades e vilarejos principalmente na área montanhosa da província de Kermanshah, e em ao menos outras 14 províncias. Já no Iraque, o balanço oficial era de oito mortos e 336 feridos.
O presidente do Irã, Hassan Rouhani, chegou na manhã desta terça-feira à área atingida pelo terremoto e prometeu que o governo usará todos as suas forças para solucionar os problemas no menor tempo possível. Segundo a rede BBC, 12 mil casas ficaram destruídas no país, e a televisão estatal afirmou que milhares de pessoas estão se amontoando em acampamentos improvisados, enquanto outros passaram a segunda noite ao ar livre, com medo de mais tremores após 193 abalos secundários. O governo anunciou ter distribuído 22 mil tendas, 52 mil cobertores, quase 17 toneladas de arroz, 100 mil alimentos em conserva e mais de 200 mil garrafas de água.
— As necessidades imediatas das pessoas são tendas, água e alimentos — declarou à televisão estatal iraniana o general Mohamad Ali Yafari, chefe dos Guardiões da Revolução, o Exército de elite da República Islâmica, durante uma visita às zonas atingidas. — Os imóveis construídos recentemente resistiram bem, mas as velhas casas de terra ficaram totalmente destruídas.
No entanto, as operações de alívio ao sofrimento dos iranianos ainda podem levar meses. À rede CNN, a diretora de operações internacionais do Crescente Vermelho Iraniano disse que 500 vilarejos da região sofreram danos, estimando que 70 mil pessoas poderiam estar sendo afetadas. Ao menos 14 províncias iranianas foram atingidas. O terremoto é o mais letal de 2017: superou o número de vítimas do terremoto de 7,1 graus de magnitude que atingiu o México em 19 de setembro e matou 370 pessoas, deixando mais de seis mil feridos.
O epicentro do tremor se situou a 50 km ao norte de Sar-e Pol-e Zahab, cidade mais afetada pelo terremoto, onde morreram 280 pessoas. De acordo com a imprensa iraniana, uma mulher e um bebê foram resgatados com vida entre os escombros durante a manhã nesta cidade de 85 mil habitantes. Segundo responsáveis locais, o hospital e metade das escolas da zona ficaram danificados. Na província vizinha de Dalahoo, muitas localidades ficaram completamente destruídas de acordo com o prefeito local, citado pela agência Tasnim.
No final da tarde, as autoridades locais indicaram que todas as estradas que foram fechadas pelos deslizamentos de terra voltaram a abrir na província de Kermanshah, mas o fornecimento de energia ainda não havia sido restabelecido em Sar-e Pol-e Zahab, segundo a televisão estatal. O guia supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, ordenou ao governos e às forças de segurança que mobilizem todos os recursos para ajudar a população. Segundo meios de comunicação iranianos, centenas de ambulâncias e dezenas de helicópteros do Exército foram enviados para operações de resgate. Cerca de 200 feridos foram levados de avião para hospitais em Teerã.
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