
Maia telefonou para Temer na tarde deste feriado justamente pela repercussão das declarações de Meirelles. Na terça-feira, o presidente da Câmara retirou o projeto de pauta depois que o PT obstruiu a sessão, que estava esvaziada. Dentro do governo, a Receita nunca quis a aprovação das mudanças.
— Não estou mais negociando nada. É de interesse do presidente do Brasil. Se é de interesse do ministro, não é meu problema. Talvez porque ele esteja no exterior — disse Maia.
Maia disse que a aprovação de um projeto só será "viável" na próxima semana se houver um acordo em torno do texto já fechado e apresentado na sessão de terça-feira. Mas ele está cético e acredita que o PT e os governadores, que sempre querem mais recursos, dificilmente mudarão de posição.
O projeto, segundo o relator Alexandre Baldy (PTN-GO), prevê que os recursos obtidos por cobrança de multa acima de R$ 25 bilhões serão repartidos com os estados. O problema é que a Fazenda queria repartir só acima de R$ 35 bilhões. Já os governadores quem repartir acima de R$ 15 bilhões, o que aumentaria a sua fatia.
— Se houver acordo geral, a gente coloca (para votar). Mas não há mais tempo hábil sem isso. Para o governo, estaria resolvido para o governo federal no sentido de que já existe uma lei. Ninguém vai votar nada sem que haja acordo. Ou é acordo, ou não vai votar. E o texto é repartir acima de R$ 25 bilhões em multa. O governo queria R$ 35 bilhões, aceitou baixar, e os governadores queriam já a partir de R$ 15 bilhões. Mas duvido que o PT mude de posição — disse Maia.
Na terça-feira, Maia fechou um entendimento com 11 governadores reunidos em sua residência, inclusive do PT. Mas, mais tarde, os petistas disseram que ainda queriam a repartição a partir de R$ 15 bilhões.
O líder do PT na Câmara, deputado Afonso Florence, afirmou que poderia ser a favor de uma votação caso houvesse mudança na proposta.
Maia garante que nesta semana não haverá mais sessões da Câmara. Um entendimento poderia ser tentando até a terça-feira, que tem sessão marcada do Congresso, mas não da Câmara.