Aloysio Nunes estendeu o convite ao Advogado-Geral da União, Luis Inácio Adams. O pedido de explicações de ambos pode ser votado já na próxima sessão da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. "O convite é para falar sobre um 'jabuti' que foi incluído na MP 517 aprovada nesta casa. O artigo deu um presentão para banqueiros falidos, permitindo que resgatem parte das suas dívidas com títulos pelo valor de face desses títulos. Votamos a toque de caixa no Senado, mas tenho certeza que é importante para a Casa que essa questão seja esclarecida", afirmou o senador.
O presidente do Senado, José Sarney (PDMB-AP), engrossou as críticas ao artigo da MP e disse que se houver comprovação de benefícios aos banqueiros e conseqüente prejuízo aos cofres públicos, será necessário encontrar uma forma de corrigir o problema.
"Confesso que essa medida passou aqui sem maior análise. Evidentemente, podemos corrigir os excessos e erros que ela teve. Se isso existe devemos corrigir. Para isso está o Congresso. Não sou daqueles que acha que a gente não deve, toda vez que está errado, voltar atrás. (Podemos corrigir) com um novo projeto de lei, identificar quais são esses pontos, e para isso é que o Congresso está funcionando", disse.
A MP foi alvo de críticas, inclusive de senadores da base aliada ao governo, porque chegou ao Congresso tratando de 11 temas desconexos e outros nove foram incluídos na Câmara. Para não perder a validade, as medidas provisórias têm que ser analisadas pelo Congresso em até 120 dias, mas a Câmara dos Deputados esgota praticamente todo o tempo de vigência da MP, deixando poucos dias para que o Senado avalie a proposta